Os produtos Nissan chegaram ao Brasil muito antes da marca, caminhões foram os primeiros ainda na década de 50. A Nissan só entrou no Brasil na Alliance com a Renault, em 2001, e sócia do complexo produtivo Aryton Senna em São José dos Pinhais, no Paraná. De lá saíram também, em 2003, as primeiras Fontier cabine simples e os suvs X-Terra, num movimento ainda muito rudimentar. Nissan, de verdade, só pintou com a inauguração da fábrica de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, já em 2011. Resumindo, Frontier produto, e Nissan, marca, no Brasil, só foram levados inteiramente a sério nos últimos 8 anos. E a picape Frontier submetida a altos e baixos mercadologicos, promocionais e industriais, ela era importada do Mexico, chegava em cotas que, muitas vezes, não satisfaziam sequer os pedidos locais. Esse stop and go prejudicou em parte a imagem de produto, era mecanicamente confiável, de boa e tradicional marca japonesa mas mal assistido pela rede, peças e componentes nem sempre disponíveis. A normalidade só foi estabelecida depois que a Nissan iniciou a produção na fábrica de Cordoba, na Argentina, em julho do ano passado. E, de cara, enfrentando a pior recessão econômica do pais portenho, no qual as vendas de veículos despencaram para a metade. Trocando em miúdos, a Frontier só encarou barras pesadas no Brasil, e a situação dela no mercado revela tudo isso: é a ultima classificada em vendas entre as picapes medias, perde para todas, Hilux, S10, Ranger, Amarok e L200, com vendas, em 2019, de 3.800 unidades, a Hilux, vendeu, por mês, aquilo que a Frontier vendeu no semestre inteiro. Attack 2019 é a iniciativa para reagir criando um modelo visualmente atraente, com a integridade dos recursos mecânicos mas contido nos equipamentos para poder conter também o preço. No caso, a Frontier Attack 2019 chega por R$ 155.590 reais, 18 mil reais mais cara do que a S pelada e destinada a frotistas mas muito distante dos 194.790 reais do modelo top de linha, 19 mil menos do que a versão intermediaria. Lembrando que a mecânica é a mesma, muda, claro, o nível dos equipamentos. Perde, por exemplo, os seis airbags, o teto solar e a visão 360°, conjunto de quatro câmeras que olham o entorno do carro, o cruise control e a chave presencial. Mas mantem os controles de estabilidade e tração, assistente à partida em rampas e o controle de descida, assim como a nova central multimídia com espelhamento de celular e o ar condicionado com saída também para o banco traseiro, que ganha também o terceiro cinto de segurança de três pontos e uma nova, e conveniente, extensao dos assentos em 12 centimetros, para melhorar o conforto para as pernas. Mantem integrais os atributos mecânicos, já a partir do motor, a diesel, 2.3 biturbo, 190 cv e 45,9 quilos-força de torque, aptidão off road com ângulos de ataque e saída de 31,6 e 27,2 graus, respectivamente, tração 4 por 4 e cambio automático de sete marchas. Os freios a tambor ganharam cilindros maiores e a suspensão é, de fato, multilink, apesar de manter o eixo rígido que limita o beneficio do sistema em conforto e estabilidade. A Frontier Attack é uma tentativa de salvar a lavoura agora que produto não falta.