O mundo deve deixar de produzir de 10 a 12 milhões de veículos em 2021

O mundo deve deixar de produzir de 10 a 12 milhões de veículos em 2021

Com a crise dos semicondutores longe de terminar, a Anfavea acredita que o Brasil deveria investir nesta indústria vital para o planeta
Linha de produção de veículos

Por Diário Motor

Dentre as diversas crises geradas por causa da pandemia do coronavírus, uma ainda está longe de terminar, a dos semicondutores. Os componentes presentes nos mais diversos equipamentos eletrônicos estão em falta no mundo inteiro e afeta a produção de vários produtos, entre eles, a cadeia mundial de veículos. 

Segundo entidades do setor automotivo, o mundo deve deixar de produzir de 10 a 12 milhões de veículos em 2021. Além disso, as previsões de normalização são as mais pessimistas possíveis, com previsão de regularizar a produção apenas em 2023.  

Dessa forma, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), em 2022, o mundo deve deixar de produzir cinco milhões de veículos. A associação acredita que o Brasil poderia aproveitar a escassez de semicondutores no mundo e investir nesta indústria, que já é vital para diversos setores produtivos. 

“O mundo vai depender cada vez mais dos semicondutores, isso veio para ficar e o Brasil poderia ter uma visão estratégica, apoiando está indústria, inclusive para exportação”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. 

De acordo com o executivo, a entidade vem conversando com o Ministério da Economia, para tentar sensibilizar a importância deste setor para o desenvolvimento do Brasil, inclusive do ponto de vista geopolítico. “Não podemos ficar tão dependentes da Ásia em um item tão relevante para a transformação tecnológica do país”.  

No entanto, a produção local de semicondutores não é algo tão simples. Segundo Moraes, por ser uma indústria muito sofisticada, os investimentos são altíssimos, na cada dos bilhões de dólares ou euro, além de demorar de dois a três anos para implantar uma fábrica, não há uma solução a curto prazo. 

“Mas defendemos sim que o Brasil apoie essa indústria, mesmo porque os semicondutores, serão, ou já são, componentes fundamentais para o futuro. Nós estamos falando aqui de computadores, celulares, máquinas e equipamentos industriais, automação industrial, eletroeletrônicos e automóveis em especial, vindo a eletrificação dos veículos, com maior conectividade, veículos autônomos, isso é o futuro.” 

Dessa forma, a Anfavea entende que a produção de semicondutores é uma indústria estratégica e que o Brasil não deveria ficar tão dependente de apenas uma região, no caso, da Ásia. Além disso, de forma estratégica, é uma grande solução, onde é possível atrair um setor de alta tecnologia, que exige pesquisa e desenvolvimento, com valores substanciais e que pode ter sinergia com outros setores industriais. 

“Os semicondutores são o futuro e o setor automotivo pode puxar essa indústria. Precisamos destes componentes, então poderíamos utilizar a cadeia automotiva como ‘locomotiva’ de uma grande transformação industrial brasileira, no sentido de ter uma indústria de alta tecnologia também no Brasil. Não só para atender a nossa demanda, mas para exportar para outras montadoras ao redor do mundo”, aponta Luiz Carlos Moraes.

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