Por Diári Motor
Neste ano, a Ford apresentou uma nova picape nos Estados Unidos, a Maverick (sim, com o mesmo nome do esportivo que fez sucesso no Brasil na década de 1970). Com o lançamento na terra do Tio Sam, ficou a expectativa se a intermediária viria para o Brasil para tentar fazer frente à Fiat Toro.
Agora, a marca confirma que o embate está marcado para iniciar em 2022. O anúncio foi feito por Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul, que destacou as características únicas do veículo e a sua importância no fortalecimento do portfólio de produtos da marca na região.
“A chegada da Maverick é mais um lançamento dentro da nossa estratégia de trabalhar com os pilares em que a Ford tem sucesso no mundo, com um produto inovador e conectado. A fidelização e atração de novos clientes é outro ponto essencial na estratégia da empresa, apoiada na qualidade dos produtos e serviços e no uso cada vez maior da conectividade.”
Segundo a montadora, a Maverick será o produto de entrada na linha de picapes da Ford — até porque, com porte intermediário, ela é menor que a Ranger. Além de toda a configuração mecânica, de conforto e tecnológica que a americana irá confirmar mais a frente, fica a dúvida sobre os preços.
O principal problema é que, ao contrário da irmã maior, a Maverick virá do México e, sem as fábricas nacionais, vem como modelo totalmente importado (a Ranger é produzida na Argentina mas faz parte dos acordos comerciais dentro do Mercosul no qual os dois países participam).
Lembrando que o Bronco, também é produzido no México e já custa R$ 264.690 por aqui. Para fazer sentido, a Maverick precisa ser posicionada abaixo da Ranger, que parte de R$ 192.750 na versão XL com motor diesel 2.2 e câmbio manual. Sem falar nos preços da Toro, que flutuam entre R$ 120.990 e R$ 192.990, e com opções de motorização turboflex e diesel.
Este é outro porém que a Maverick poderá enfrentar. Assim como o Bronco, ela não conta com opção diesel. No entanto, ela pode “lançar moda” e ser a primeira picape híbrida disponível por aqui. Isso porque, dentre os dois conjuntos mecânicos, um é o consagrado Ecoboost 2.0 e outro é um sistema híbrido bastante parecido com o que o Fusion utilizava.
Curiosamente, nos Estados Unidos, a versão híbrida é mais barata que a turbinada — lembrando que no Brasil a taxa de importação de veículos, que é de 35%, pode ser zerada para modelos híbridos dependendo da eficiência energética. Com isso, apostamos que a Ford deva trazer primeiro a versão eletrificada da picape, ou focar nela.
Com isso, a questão do preço pode ser resolvida. Chegando aqui com um valor sem ser um absurdo como o do Bronco, com o ineditismo de um sistema híbrido e um bom nível de equipamentos de segurança e conforto, ela pode “fazer barulho” perante a Toro, é esperar para ver como a Ford fará.