No início era o belo, a população cresceu e veio o útil e com eles a ideia de forma e função, Gropius elevou esse conceito à minúcia com a BauHaus mas 100 anos atrás éramos menos de 2 bilhões, hoje somos mais de 8 bilhões e, além de forma e função, surgiu o conceito de imagem, sem imagem forte o produto não vende e se não vende não tem valor.
E aqui entra o teste do Citroen Basalt Shine realizado pelo Rodas e Motores durante quase 30 dias, incluída uma viagem de férias de mais de 5 mil quilômetros com a família de 4 pessoas durante a qual ficou claro que o suv cupê compacto trouxe uma nova maneira de ver – e de comprar – um modelo popular que acrescenta em visual, porte, espaço interno, desempenho por um preço surpreendente de R$105.990 reais, o preço necessariamente faz parte do teste.
O Basalt é o terceiro modelo da plataforma C-Cubed da qual saíram o C3 e o Aircross, 2 centímetros maior do que o Aircross mas 3 centímetros menor de entre eixos, 2.675 milímetros, mesma largura e altura, estilo agradável e atualizado e um certo ar esportivo acentuado pela suspensão elevada para 20,8 centímetros e demais complementos da identificação de suv.
O entre eixos permitiu administrar bem o espaço interno e ate dotá-lo de 490 litros do porta-malas, melhor do que muito rival de classe superior, dimensão que foi valorizada ao acolher brinquedos de crianças durante a viagem. Posição para dirigir um pouco levada mas o motorista com 1m80 não se queixou exceto do ajuste do volante apenas em profundidade, faltou essa.
Acelerar o Basalt é outra surpresa proporcionada pela Stellantis ao ceder o motor Fiat 1,0 turbo, três cilindros, 125 cv a gasolina, 130 cv com álcool, a 5.750 rpm, torque de 20,4 m•kgf, a 1.750 rpm, o mesmo com gasolina e álcool, potencias adequadas aos 1.191 quilos do peso que aparecem tanto na cidade quanto nas retomadas, ajuda muito o câmbio automático CVT com simulação de 7 velocidades. Suspensão calibrada, absorve as irregularidades do piso e mantem o equilíbrio do conjunto ainda que role um pouco mais do que o devido mas sem comprometer a estabilidade mesmo com o carro pesado.
A partir daqui, os benefícios iriam custar mais caro o que fugiria da proposta do Basalt mas ainda restam painel de instrumentos digital, central multimídia, com tela de 10 polegadas com pareamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e comandos no volante de direção e ar condicionado automático.
Justificam a competitividade a falta de um sistema antirruído mais eficiente, melhor nível de acabamento no revestimentos das portas e nas maçanetas e uma variedade de pequenas sofisticações que são simples e custariam dinheiro, lembrar que o Basalt concorre dentro de casa com Pulse e Fastback, não deve invadir seus espaços.
De qualquer maneira, ao avaliar o Citroen Basalt Shine 2025, percorrendo mais de 3.500 quilômetros pelo litoral paulista, o Rodas e Motores dá boas vindas a uma nova e boa opção de suv de entrada, um conjunto competitivo em proposta, desempenho e preço fazendo novamente menção a forma e função, o Basalt tem ambos mas a imagem é de modelo de oferta racional, a quem quer mais por menos dinheiro, ficando a dever o charme e o encanto que o grupo reservou a outras marcas.