Por Diário Motor
Em 2021, a Mercedes-Benz decidiu encerrar a produção de veículos no Brasil e vender a fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo. Aproveitando a oportunidade, a chinesa Great Wall Motor (GWM) comprou a planta paulista e acaba de divulgar o plano de investimentos no país.
A montadora, a maior de capital 100% privado da China, investirá R$ 10 bilhões para, nas palavras da marca, trazer uma nova era à indústria automotiva brasileira. O investimento será realizado em duas etapas. O primeiro, de R$ 4 bilhões, entre 2022 e 2025 e o segundo, de R$ 10 bilhões, de 2026 a 2032.
“O mercado brasileiro não é apenas o líder na América Latina, mas também um dos dez maiores mercados onde a GWM inicia a produção local fora da China. O Brasil é definitivamente nosso pilar estratégico para fazer acontecer a nossa meta para 2025”, aponta Koma Li, COO da GWM Brasil.
Segundo a GWM, até 2025, serão dois mil empregos gerados na planta paulista, que será modernizada para atender a uma capacidade fabril de 100 mil veículos por ano, tanto para atender o mercado local, quanto para exportação focada na América Latina. A divisão brasileira terá a maior operação da marca fora da China.
Dessa forma, a montadora pretende lançar uma linha de produtos que terá somente SUVs e picapes híbridos e elétricos. De acordo com a marca, a escolha por esses dois segmentos foi feita para atender o desejo do consumidor brasileiro.
Além disso, a empresa afirma que apoiará a cadeia brasileira de fornecedores, realizando investimentos e promovendo o desenvolvimento da indústria nacional com um plano para produzir peças localmente, com o objetivo de alcançar um índice de nacionalização de 60%.
Considerada a sétima montadora mais valiosa do mundo em outubro de 2021, a GWM é líder entre os SUVs médios no mercado chinês com o Haval H6 por 11 anos seguidos. A empresa também ostenta o título de quarta maior fabricante global de picapes médias, segmento que lidera na China há 24 anos consecutivos.
Para o Brasil, a montadora contará com três marcas distintas, todas eletrificadas, seja com modelos híbridos, híbridos plug-in ou 100% elétrico. A Haval focará em SUVs urbanos, a Tank no mercado de utilitários 4×4 e a Poer nas picapes. Em um segundo momento, virá a linha Ora, com modelos premium totalmente elétricos.
“A GWM nasce como líder na produção de veículos inteligentes de nova energia. A marca oferece a experiência de dirigir um carro elétrico com a tranquilidade de ter o suporte de um motor a combustão para longas distâncias. Isso gera a potência e o torque inigualáveis do carro elétrico e um baixíssimo consumo por conta do apoio da bateria”, afirma Oswaldo Ramos, CCO da GWM Brasil.
Até 2025, ela pretende lançar 10 modelos por aqui com o primeiro previsto para o fim deste ano, ainda como importado, e o primeiro fabricado localmente no segundo semestre de 2023.
A marca afirma que todos os modelos produzidos no Brasil terão recursos de conectividade e sistemas semiautônomos de segurança Nível 2, além de permitir o uso do comando por voz para controlar funções do veículo, que também estarão prontos para suportar o recurso de conectividade 5G.