Por Diário Motor
No fim de 2020, a Mercedes-Benz do Brasil anunciou que estava fechando a fábrica de automóveis da marca em Iracemápolis, interior de São Paulo. Menos de 10 meses depois, a montadora informa que vendeu a planta para a chinesa Great Wall Motors (GWM).
Segundo a alemã, a venda da fábrica faz parte da estratégia da Mercedes-Benz AG para otimizar sua rede de produção e inclui o terreno de 1,2 milhão de metros quadrados, juntamente com todos os prédios e os equipamentos de produção. O Campo de Provas e o Centro de Testes, em construção em parceria com a Bosch, permanecerão com a MB.
“Com a transformação da Companhia e o realinhamento da capacidade produtiva da nossa rede global de produção, estamos aumentando de forma sustentável a nossa eficiência produtiva. Com a Great Wall Motors, encontramos um comprador que dará à fábrica de Iracemápolis e região uma nova perspectiva para o futuro”, afirma Jörg Burzer, responsável pela gestão da cadeia de produção e abastecimento da Mercedes-Benz AG.
Para o presidente rotativo da Great Wall Motor, Meng Xiangjun, a transação acelerará o desenvolvimento e a implantação estratégica da GWM no mercado sul-americano e promoverá ainda mais a transformação da companhia em uma empresa de mobilidade de tecnologia global.
De acordo com a chinesa, a partir da compra da fábrica de Iracemápolis, ela introduzirá conceitos avançados de produção, gestão de qualidade, proteção ambiental e gestão de informações de acordo com os padrões globais de fabricação da companhia e transformará a fábrica em uma das bases de produção global inteligente para automóveis, buscando atender o mercado brasileiro e demais países da América do Sul.
“O Brasil é o maior e mais populoso país da América Latina. Sua força econômica ocupa o primeiro lugar na América do Sul, suas vendas de automóveis ocupam o sétimo lugar no mundo e o mercado consumidor de automóveis tem grande potencial. Consideramos o Brasil um mercado estratégico no plano global de internacionalização”, aponta Liu Xiangshang, vice-presidente da Great Wall Motor.
A entrega da fábrica está prevista para ser concluída antes do final de 2021, e a capacidade de produção anual chegará a 100 mil unidades após a atualização, criando cerca de dois mil empregos locais, o que representa cerca de 10% da população local.
A prefeita de Iracemápolis, Nelita Michel (PL), comemorou a transação. “É com muita alegria que informo a população de Iracemápolis que acabamos de receber o anúncio da compra da fábrica da Mercedes pela Great Wall, é um sentimento de muita alegria, já que a Mercedes continuará na nossa cidade com a pista de testes e, agora, a nova empresa gerará muitos empregos para nossa região”.
“O investimento da Great Wall Motor trará uma experiência de mobilidade inteligente, segura e de alta qualidade para os usuários. Também criará mais empregos diretos e indiretos na região. Além disso, impulsionará o desenvolvimento de P&D local e de indústrias relacionadas, promovendo a transformação e atualização da estrutura industrial local e contribuindo com mais lucros e impostos para o governo brasileiro”, completa Liu Xiangshang.
A Mercedes-Benz afirma também que todos os proprietários de automóveis premium da marca no Brasil continuarão a ser atendidos pelas mais de 50 concessionárias em todo o país, sem nenhum prejuízo técnico.
Apesar da venda da fábrica de Iracemápolis, o Grupo Daimler AG continua comprometido com o Brasil, mantendo forte presença com suas unidades de São Bernardo do Campo (caminhões, chassis de ônibus e agregados) e Campinas (Peças e Serviços ao Cliente, Reman e Global Trainning), em São Paulo, além da planta de Juiz de Fora (cabinas de caminhões), em Minas Gerais.